Luis Carlos Paschoarelli
Design estratégico em MPEs moveleiras para o desenvolvimento de produtos sustentáveis
O presente texto analisa e discute as possibilidades de aplicação do “Design Estratégico” em Micro e Pequenas e Empresas (MPEs) moveleiras, com vistas ao desenvolvimento de produtos sustentáveis. Inicialmente, são apresentados os princípios sobre “estratégia” e os conceitos de Design Estratégico. Na sequência, abordam-se os desafios e as oportunidades em se aplicar os princípios do Design Estratégico em MPEs moveleiras, como garantia de desenvolvimento sustentável no modus operandi dessas organizações. Por fim, é apresentada uma síntese do “Projeto CACO”, enquanto proposta de instrumento de Design Estratégico Sustentável para as MPEs. Este capítulo é um recorte do primeiro Doutorado em Design, em regime de cotutela entre a Universidade de Lisboa e a Universidade Estadual Paulista (Convênio 02/2017 – Processo 818/45/01/2016 – DOE Poder Executivo I, 127 (4): 48, 06.01.2017), com financiamento do CNPq (Processo 232345/2014-7) e apoio do Centro de Investigação em Arquitetura, Urbanismo e Design – CIAUD e Fundação para Ciência e Tecnologia de Portugal.
Moda e vestuário: considerações sobre o usuário idoso
A moda, principalmente por meio do vestuário, corrobora a construção social do corpo, engendrando dinâmicas que partem da dimensão individual para a coletiva. Essa prática de representação, apesar de partir da autonomia de cada indivíduo, recai sobre padronizações vinculadas a referências estéticas que resultam em moderações sobre o como cada um deve se apresentar no contexto social. No caso do idoso, esses padrões podem ser ainda mais rígidos em virtude de estigmas negativos associados ao envelhecimento. Entretanto, uma vez que o aumento demográfico dessa população está cada vez mais presente nas sociedades, desafiar as limitantes estéticas e estigmáticas é imprescindível para a construção de uma sociedade mais inclusiva, mais socialmente responsável e ética, que enfrente a marginalização dos idosos. Uma vez que o vestuário contribui para a extensão social do indivíduo, compreender as expectativas e necessidades de usuários idosos acentua a necessidade da busca do design por soluções que tragam bem-estar e satisfação pessoal. Nesse sentido, este estudo propôs explorar e discutir as percepções quanto ao uso e consumo dos idosos em relação à moda, especialmente, no que respeita ao vestuário. Este capítulo é um recorte de uma Tese de Doutorado em Design, desenvolvida em regime de cotutela entre a Universidade de Lisboa e a Universidade Estadual Paulista (Convênio n. 2100.0498/238/2018-FAAC), com apoio no Brasil pela CAPES (88882.180483/2018-01) e CNPq (207371/2017-2-SWE); e apoio em Portugal pelo Centro de Investigação em Arquitetura, Urbanismo e Design (CIAUD) e Fundação para Ciência e Tecnologia (FCT).
Covid-19 e o impacto no ensino superior de Design: comparação entre atividades presenciais e virtuais em disciplina de Projeto do curso de Design da UNESP-Bauru
O início deste Século XXI está sendo fortemente marcado pela COVID-19 (2019-nCoV), a qual atinge todos os países, em suas mais distintas comunidades. Trata-se de uma infecção respiratória aguda grave (SARS-CoV-2) causada pelo Coronavírus. A condição de pandemia foi declarada em 11 de março de 2020 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e no final do ano de 2020, a OMS contabilizou mais de 67.000.000 de casos e 1.500.000 mortes em todo o mundo (Organização Mundial da Saúde, 2020). Não há pleno consenso sobre a forma de transmissão desta doença, mas a observação clínica aponta que ela pode ocorrer pelo ar ou por contato pessoal, por meio de secreções contaminadas. Portanto, entre todas as medidas de proteção preconizadas pelas agências nacionais e internacionais de saúde, destaca-se a necessidade de distanciamento social, o que passou a influenciar expressivamente o modo de vida a partir de então. E entre as atividades de maior impacto, destacam-se aquelas relacionadas ao ensino, cujo agrupamento de pessoas – estudantes e docentes – que até então ocorria habitualmente no ambiente escolar, passou a ser evitado, se não proibido.
Funções do design, modelos e protótipos
O Design é uma atividade ampla, que consiste em observar e considerar demandas, criar artefatos ou sistemas, que serão produzidos, comercializados, utilizados e descartados. Mas tais artefatos e sistemas não são meras ferramentas úteis à sobrevivência do homem, pois “… não servem apenas para tornar o dia a dia mais fácil e confortável” (CSIKSEZENTMIHALY e ROCHBERG-HALTON, 1991).
Ferramentas metodológicas do design do século XX e suas tendências para o mercado atual
O Design, enquanto área projetual que se utiliza da criatividade, encontra fundamento em processos lógicos de tomadas de decisões, que são estruturadas em metodologias desenvolvidas ao longo dos anos, e com a finalidade de auxiliar no desenvolvimento dos produtos. O caráter multi e interdisciplinar do Design reflete-se nas metodologias projetuais com estruturas de desenvolvimento que englobam desde o conhecimento da problemática que se pretende solucionar, até especificações e definições técnicas dos produtos para a fase de produção industrial, tornando necessário, ao designer, caminhar por diversos campos do conhecimento científico.
A importância da dimensão subjetiva na avaliação dos produtos: contribuições para o Design
A compreensão do Design, enquanto objeto de estudo científico, se dá pela observação e análise da relação entre artefatos e usuários. Quando tais artefatos são produtos de uso cotidiano, esta relação pode ser analisada por diferentes dimensões. A dimensão subjetiva é aquela habitualmente mais discutida nos círculos do projeto, uma vez que parece não necessitar de evidências para ser confirmada.
Design, ergonomia e semântica
O presente texto contribui para uma reflexão acerca dos valores simbólicos e de uso de um produto, demonstrando a aplicação de uma ferramenta de pesquisa que pode contribuir de forma importante para a compreensão da relação homem-objeto: o Diferencial Semântico.
Design e deficiência: história, conceitos e perspectivas
O uso bem-sucedido de um produto depende essencialmente da adequação de sua interface tecnológica com as características físicas, cognitivas e funcionais do usuário. A partir de uma perspectiva ergonômica, a inadequação destes aspectos resulta em ruído na interação entre usuário e produto.
Design ergonômico e envelhecimento: demandas, estado da arte e investigações
Apesar de a grande maioria da população ser considerada “normal”, qualquer indivíduo pode se tornar à margem desses atributos, em uma ou mais funções orgânicas. Destacam-se, nesta condição, os indivíduos idosos, cujas capacidades cognitivas e motoras vão se tornando limitadas no decorrer do tempo.
Usabilidade e seus diferentes enfoques no design ergonômico
O modo de vida contemporâneo caracteriza-se por amplos e diversificados aspectos das relações sociais, os quais parecem estar intimamente relacionados às interfaces humano x tecnologia. Essas interfaces retratam a complexidade das estruturas ambientais e seus componentes, e se destacam pela efetiva interatividade entre usuários e artefatos (produtos, sistemas e informações).